domingo, 31 de janeiro de 2016

O desenvolvimento regional sustentável começa com o planejamento participativo

O novo padrão de planejamento regional provocou uma intervenção no modelo de gestão da coisa pública. E a sociedade passou a participar das discussões e decisões sobre políticas e diretrizes de gestão tornando os projetos de desenvolvimento regional parte de um sistema integrado. Essa abordagem é um exercício de cidadania, deveres e direitos dos cidadãos, bem como uma estratégia de promoção dos interesses políticos e econômicos dos grupos sociais de uma região.  Nas regiões que consolidam essa prática democrática, a participação da sociedade constitui um dos principais momentos da vida das instituições governamentais.


As políticas públicas e a participação da sociedade, de modo geral, contribuem diretamente para a evolução e transformação do meio social, econômico e ambiental. O principal interesse na discussão sobre o planejamento participativo relacionado ao desenvolvimento regional sustentável se justifica no surgimento de uma nova percepção, local e global, do futuro comum daquela região, considerando as questões institucionais econômicas e sociais, as questões de interesse territorial e as questões ambientais, sob esta ótica estão as ciências sociais, os aspectos da geografia humana, da reorganização do espaço regional e o equilíbrio para o uso sustentável do meio ambiente.

Esse novo modelo de desenvolvimento apresenta um planejamento holístico que passa a ser estruturado a partir dos agentes locais e não mais o planejamento centralizado. O planejamento regional e urbano, vem mostrando uma importante leitura teórica no que se refere as mudanças no processo de participação dos atores sociais no espaço de gestão. Diante do modelo de planejamento centralizado que trouxe desgastes práticos com as interpretações e análises dos resultados obtidos, surge o planejamento participativo que estrutura o desenvolvimento fundamentado por meio de um processo de organização social regional, onde um conjunto de stakeholders assume mais intensamente a condição de sujeito no direcionamento de ações estratégicas sustentáveis.

O novo paradigma de planejamento do desenvolvimento regional tem por base a ampliação do fundamento de decisões independentes por parte dos atores envolvidos, gerando a capacidade de harmonizar as sinergias locais com um plano de desenvolvimento que mantenha as raízes e identidade regional com a consciência de pertencimento aquele território comum, onde o conceito de espaço seja entendido como um meio constante de transformação.




Claudia Paschoal