O desenvolvimento regional
sustentável começa com o planejamento participativo
O novo padrão
de planejamento regional provocou uma intervenção no modelo de gestão da coisa
pública. E a sociedade passou a participar das discussões e decisões sobre
políticas e diretrizes de gestão tornando os projetos de desenvolvimento
regional parte de um sistema integrado. Essa abordagem é um exercício de
cidadania, deveres e direitos dos cidadãos, bem como uma estratégia de promoção
dos interesses políticos e econômicos dos grupos sociais de uma região. Nas regiões que consolidam essa prática
democrática, a participação da sociedade constitui um dos principais momentos
da vida das instituições governamentais.
As
políticas públicas e a participação da sociedade, de modo geral, contribuem
diretamente para a evolução e transformação do meio social, econômico e
ambiental. O principal interesse na discussão sobre o planejamento
participativo relacionado ao desenvolvimento regional sustentável se justifica
no surgimento de uma nova percepção, local e global, do futuro comum daquela
região, considerando as questões institucionais econômicas e sociais, as
questões de interesse territorial e as questões ambientais, sob esta ótica
estão as ciências sociais, os aspectos da geografia humana, da reorganização do
espaço regional e o equilíbrio para o uso sustentável do meio ambiente.
Esse
novo modelo de desenvolvimento apresenta um planejamento holístico que passa a
ser estruturado a partir dos agentes locais e não mais o planejamento centralizado.
O planejamento regional e urbano, vem mostrando uma importante leitura teórica
no que se refere as mudanças no processo de participação dos atores sociais no
espaço de gestão. Diante do modelo de planejamento centralizado que trouxe
desgastes práticos com as interpretações e análises dos resultados obtidos,
surge o planejamento participativo que estrutura o desenvolvimento fundamentado
por meio de um processo de organização social regional, onde um conjunto de stakeholders
assume mais intensamente a condição de sujeito no direcionamento de ações
estratégicas sustentáveis.
O novo
paradigma de planejamento do desenvolvimento regional tem por base a ampliação
do fundamento de decisões independentes por parte dos atores envolvidos, gerando
a capacidade de harmonizar as sinergias locais com um plano de desenvolvimento
que mantenha as raízes e identidade regional com a consciência de pertencimento
aquele território comum, onde o conceito de espaço seja entendido como um meio
constante de transformação.
Claudia Paschoal