domingo, 17 de julho de 2016

A importância da Mata Atlântica


A Mata Atlântica é um dos hotspots (área rica em biodiversidade) do planeta, atualmente reduzida a cerca de 8% de sua cobertura original, encontrando-se fragmentada de norte a sul do território brasileiro. Apesar dos instrumentos legais existentes para sua conservação, os índices de desmatamento continuam alarmantes. Estima-se a existência de cerca de 20.000 espécies de plantas na Mata Atlântica, o que representa 6,7% do total de espécies do mundo. Das plantas encontradas na região, 8.000 são endêmicas. A diversidade e o número de endemismos entre os vertebrados também impressionam, são cerca de 298 espécies de mamíferos, 992 espécies de aves, 197 de répteis e 372 de anfíbios.                   

A maioria dos animais e plantas ameaçados de extinção no Brasil está na Mata Atlântica. A situação é agravada pelo fato da região sediar tanto os centros urbanos mais povoados como os grandes centros industriais do país. Aproximadamente 80% do PIB do Brasil são gerados na região da Mata Atlântica, onde vivem mais de 72% da população brasileira (IBGE/2014). A UNESCO, considera a Mata Atlântica como Reserva da Biosfera.



Proteger o meio ambiente não significa impedir o desenvolvimento, o que se faz necessário é promoção do desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente. Daí o paradigma do “desenvolvimento sustentável”, que tomou corpo nas últimas décadas e norteia a ação dos órgãos públicos encarregados da defesa do meio ambiente no mundo todo.

Florestas preservadas contribuem com a qualidade do ar, a proteção do solo, dos rios e nascentes e a regulação do clima, tão importantes para a qualidade de vida do homem. Equacionar a preservação com atividades essenciais para a nossa economia, como a agricultura, a pesca, o extrativismo sustentável, o turismo, o lazer e a geração de energia, é o desafio dos nossos governantes.

Claudia Paschoal

domingo, 13 de março de 2016

Vote em 2016 pensando em 2018


Estava pensando com meus botões, as eleições municipais 2016 servirão como  base política dos partidos que disputarão as eleições majoritárias e proporcionais em 2018, até aqui nada de novo. Isto me fez pensar que precisamos analisar  as composições partidárias  dos atuais pré-candidatos a prefeito e a vereador de nossa cidade.

É impensável um prefeito do PT fazer campanha para um governador do PSDB, assim como, um Governador do PSDB fazer para um presidente do PT, ou seja, ao escolher um prefeito temos que pensar que ele  defenderá a bandeira de seu partido e da base a qual ele pertencer em 2018.

Esclarecendo:

Atualmente, o governo Federal do PT tem em sua base aliada partidos como: PMDB, PSD, PTB, PP, PRB, PC do B, PSDC, PROS e outros menores. Segundo o site G1 do último dia  10/03, após reunião do presidente do Senado, Renan Calheiros, e outros senadores do PMDB com a cúpula do PSDB, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), informou que os dois partidos vão "caminhar juntos" em busca de "alternativas" para o país, demonstrando que  está muito próximo um rompimento. Ontem, ficou claro que o PMDB está próximo de deixar o governo, durante a Convenção Nacional do partido, que elegeu o Michel Temer a presidência, todos os discursos foram oposicionistas e deu-se 30 dias para uma definição de permanência ou afastamento do Governo Dilma. O PSB que vinha neutro anunciou,  semana passada, a ida para oposição ao governo petista.

Já o governo estadual do PSDB, tem em sua base: PSB, DEM, PPS, PV, Solidariedade, PTB,  PRB e PMDB. Pelo que se viu nas previas do PSDB para escolha do candidato a prefeito de São Paulo, todo apoio será importante para os planos do Governador Geraldo Alckmin, postulante à vaga do partido a presidente em 2018. As articulações políticas envolveram  os partidos aliados como: DEM, PPS, PV e PSB, reforçando a importância das escolhas de 2016 para o cenário político nacional.

Olhando para nosso cenário local, temos como pré candidatos:
Eduardo César – PSDB
Sato – PSD
Caribé – PMDB
Flávia Pascoal – definindo
Rui Teixeira Leite – PPS
Mauricio Moromizato – PT

O momento é de expectativas, os pré-candidatos estão formando suas bases e assumindo compromissos políticos com os seus deputados e representantes dos partidos de apoio. 

Olhando o que temos desenhado para o futuro, podemos ter:

Á direita: Eduardo Cesar, Flávia Pascoal, Caribé e Rui Teixeira Leite apoiando candidatos como: Geraldo Alckmin, Marina Silva,  Márcio França, Paulo Skaf e outros.

À esquerda: Sato apoiando o Kassab e Moromizato apoiando  Lula, Fernando Haddad, Aloízio Mercadante  ou outro que tiver disponível, caso eles sobrevivam até lá.

Como o momento é de assumir compromissos, devemos analisar nossos pré-candidatos para não nos surpreendermos depois. As alianças de hoje serão os compromissos de amanhã, os deputados apostam em candidatos a prefeito esperando  apoio em 2018, o que inviabiliza alguns apoios que vinham sendo anunciadas no município. Os partidos políticos apostam nas lideranças locais para fortalecer uma base para o futuro. Sendo assim, analise bem seu candidato e os partidos aliados, para não ser ludibriado...


Claudia Paschoal

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Plano de governo, tecnocrata ou participativo?
O primeiro ponto a ser considerado na elaboração de um plano de governo, é a qualidade de vida da população, contemplando temas como: planejamento urbano, saúde, educação, emprego, habitação, lazer, meio ambiente, turismo, cultura, segurança publica, desenvolvimento social, mobilidade urbana, entre outros. Essas temáticas devem ser exaustivamente discutidas, com os munícipes, que conhecem os principais desafios e necessidades de adequação das políticas públicas.
O desafio é olhar o macro e não o micro, ou seja, as questões que são comuns a maioria e não os problemas pontuais, de uma rua ou de um bairro, o  planejamento deve ser  para uma região, equalizando os interesses pessoais e coletivos. Lembrando que o foco são as questões que atingem, principalmente, aos cidadãos menos privilegiados, que sofrem maior influência do meio em que vivem.
O planejamento participativo dá uma obrigatoriedade de continuidade das ações implantadas ou daquelas que estão em processo de implantação, mesmo que haja uma troca de gestor. Só o poder da população para garantir a continuidade das ações, através do  sentimento de que aquela necessidade é de cada um e que o gestor será cobrado efetivamente, se fizer manobras politiqueiras.
Para os políticos, essa falta de participação dos munícipes, é uma boa desculpa, já que não propõem atividades participativas, salvo as obrigatórias audiências públicas. Já os cidadãos, que se colocam do outro lado da questão, não participam por não conhecerem seus direitos básicos. E assim, todos ficam confortáveis, uns reclamando no sofá ou nas redes sociais e outros dizendo que estão abertos para ouvir, mas que o povo está cansando de política.
O que esperamos dos planos e políticos? Dos planos que sejam transparentes, verdadeiros, aplicáveis e que atendam as inúmeras necessidades da população local. Dos políticos que tenham compromisso, em  cumprir o que se propuseram, essa  talvez seja uma forma de começar a resgatar alguma credibilidade da classe política. E ainda,  que as temáticas sejam planejadas estrategicamente, e que a gestão seja competente para agir com eficácia e eficiência pelo bem de todos.
Lembrando que os planos de governo são um retrato do que um candidato pretende para o município, pelo menos na teoria. Se não discutirmos as propostas não teremos real ideia sobre o comprometimento do candidato com seu plano. É fundamental, conhecermos as propostas e o que está nas entrelinhas, para avaliarmos a aplicabilidade do plano e propiciarmos discussões e comparativos entre as diversas plataformas.
Nas eleições municipais as discussões são mais intensas, porque as paixões se afloram. O ideal é que o interesse pelas propostas e promessas, também seja aflorado, apesar de não haver punição legal pelo descumprimento de um plano, há uma punição moral, que pode refletir no voto.
Habitualmente, os candidatos não se comprometem com metas de gestão em seus planos de governo, apresentam apenas propostas gerais para gestão do município. E muitas vezes, não abrangem todas as áreas. As vezes, são mais objetivos em temas que apresentam maior interesse da comunidade, ou aquelas áreas de maior afinidade do candidato ou do seu grupo político. Os políticos e suas equipes se furtam de quantificarem metas de atendimento a população,  dizem genericamente, que irão aumentar o número vagas em creches, construindo novas unidades, só não dizem onde e quantas.
Algumas palavras são usadas exaustivamente nos planos, devido sua falta de objetividade, como:  consolidar, ampliar, aperfeiçoar, fortalecer, promover, mas não são transparentes. Quando é um candidato a reeleição ou um candidato da situação, dar continuidade, aprimorar, aperfeiçoar são os temas mais utilizados, já que há uma necessidade de passar a mensagem de que os resultados são bons,  mas que sempre há o que se melhorar. Tem planos de uma página e outros extensos e sem nenhuma, ou quase nenhuma, ação quantificada. Outros com ações que são incoerentes e impraticáveis.  Outro tema recorrente nos plano de governo é o desenvolvimento sustentável, quase sempre de forma vaga, sem propostas objetivas.
Uma boa medida é a participação em todas as reuniões promovidas pelos candidatos, nas quais a construção dos planos de governo sejam discutida,  e posteriormente as de apresentação e detalhamento das metas com base no plano, onde devemos estar atentos a viabilidade das propostas dentro da capacidade orçamentária do município.
Quando os coordenadores de plano dizem que durante a campanha vão aprimorar as ações, e que com a participação da comunidade irão melhorar, me parece que os planos apresentados ao TER são apenas para cumprir as exigências legais, sem que haja qualquer compromisso com  transparência, viabilidade e capacidade orçamentária das ações propostas. Pressupõe-se que o candidato já tenha conhecimento das necessidades da população e condições de definir quais serão suas prioridades. Não há mais espaço para discursos do tipo: “...não tinha conhecimento da situação do município”, seja ela financeira, social, jurídica, se não sabe é porque não está preparado para ser candidato.
O plano de  metas de Juscelino Kubitschek, foi elaborado com base em estudos e diagnósticos realizados desde o inicio da década de 40, por diversas comissões e missões econômicas. O que demonstra que não estamos inventando a roda, se não houver um diagnóstico situacional, o perfil de cada região do município,  consultas a população em geral e aos especialistas de cada área, não há como elaborar um plano de governo detalhado, este é o meu ponto de vista, talvez alguns técnicos prefiram fazer seus planos com base na teoria e plagiando outros, tornando mais simples o trabalho e com grande chance de inaplicabilidade.
Claudia Paschoal


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Plano  de governo, uma ferramenta de planejamento ou conto de fadas?
As eleições municipais estão  chegando, e pelo previsto no artigo 11, § 1º, IX, da Lei Federal 9.504/97 todos os candidatos devem registrar sua plataforma de governo, o famoso plano de governo. Que em linhas gerais serve apenas para compararmos as propostas e o perfil dos candidatos, já que não há obrigatoriedade em cumprir o que se propõe.
Alguns candidatos registram em cartório suas propostas como formar de demonstrar seu comprometimento, o fato é  que legalmente não o obriga a mantê-lo, permitindo que sejam feitas alterações posteriores, que também serão registradas.
O que esperamos?   Que os profissionais que elaboram os planos de governo e seus candidatos, tenham compromisso com a verdade e a transparência e não façam propostas inviáveis. Um bom plano de governo tem foco nas necessidades do município, e não nas intenções individuais ou de grupos de pessoas.
São inúmeros os temas que devem ser contemplados  no planejamento do desenvolvimento local e regional, sempre visando melhorar a qualidade de vida dos munícipes, sempre dentro de uma estratégia de médio e longo prazo, o que extrapola os quatro anos de mandato. No entanto, se o planejamento for apenas para um mandato teremos sempre o cenário atual, onde não há continuidade de ações, de projetos.
Parece bem conveniente para o candidato, já que historicamente, um governo não dá continuidade ao que foi iniciado ou implantado pelo anterior. Exemplificando:  na última administração do Paulo Ramos, a secretaria de saúde deixou aprovado um Programa de Saúde do Trabalhador, através de convênio com o Ministério da Saúde, infelizmente  o programa não foi continuado pelo seu sucessor, Eduardo César,  o que motivou esta descontinuidade? Do meu ponto de vista, a falta de envolvimento da população na definição do planejamento das ações, só a população tem poder para cobrar de seus governantes que programas, projetos sejam mantidos, independente de quem o propôs ou iniciou.
Para que nas eleições de 2016 não tenhamos novos planos de governo desenhados por profissionais descompromissados com as necessidades dos munícipes, que nada conhecem da realidade local, ou que são pseudo intelectuais sem objetividade que apresentam ideias não factíveis, que só enchem os olhos no papel.  Precisamos aprender a exercer os nossos direitos, porque lamentavelmente, temos mais o hábito de reclamar do que de participar de maneira efetiva e constante na condução do município, seja de forma individual ou coletiva.
Os planos de governo dos candidatos a prefeito de Ubatuba em 2012 apresentavam poucas propostas quantificadas. A maior parte fala em ampliar e expandir programas, ou mesmo criar outros, mas sem delimitar metas, como número de unidades de saúde ou de creches a serem construídas. A fala habitual dos coordenadores de plano de governo, é de que o plano de metas será realizado posteriormente, e que estrategicamente, não é interessante divulgar as metas de uma futura administração. O que é interessante é que a população seja informada do que pretende um candidato.

No plano de governo do atual prefeito, Mauricio Moromizato, mantendo a saúde como foco, podemos mencionar a seguinte proposta:  “Buscar a implantação de um Ambulatório Médico de Especialidades que garanta atendimento de média complexidade e melhorar o fluxo de referência e contra referência para procedimentos de alta complexidade em parceria com os governos Estadual e Federal”. Factível? Talvez. Mas, vamos entender o que abrange a tal da “média complexidade”, segundo o Ministério da Saúde, “a média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e  tratamento.

Dentre os grupos que compõem  os procedimentos de média complexidade estão: procedimentos especializados  realizados por profissionais médicos, cirurgias ambulatoriais especializadas, procedimentos traumato-ortopédicos, ações especializadas de odontologia, patologia clinica, radiodiagnóstico, exames ultra sonográficos, próteses e órteses, diagnose entre outros. É evidente que implantar tal serviço demandariam a contratação de profissionais e aquisição de equipamentos, tais como: mamógrafo, tomografia, Raio X, ou a celebração de convênios com empresas privadas. Sabemos que há demanda, a grande questão é se cabe no orçamento do município, não basta propor tem que identificar de onde virão os recursos para aquela ação.

O fato é  que devemos nos preparar, nós comunidade, para analisarmos o que será proposto pelos candidatos e seus planos de governo. O que se espera são planos com propostas coerentes, factíveis, integradas e que tenham sido validadas pela comunidade através de consultas públicas.

Vou continuar com a temática, já que merece nossa especial atenção.
Claudia Paschoal


domingo, 31 de janeiro de 2016

O desenvolvimento regional sustentável começa com o planejamento participativo

O novo padrão de planejamento regional provocou uma intervenção no modelo de gestão da coisa pública. E a sociedade passou a participar das discussões e decisões sobre políticas e diretrizes de gestão tornando os projetos de desenvolvimento regional parte de um sistema integrado. Essa abordagem é um exercício de cidadania, deveres e direitos dos cidadãos, bem como uma estratégia de promoção dos interesses políticos e econômicos dos grupos sociais de uma região.  Nas regiões que consolidam essa prática democrática, a participação da sociedade constitui um dos principais momentos da vida das instituições governamentais.


As políticas públicas e a participação da sociedade, de modo geral, contribuem diretamente para a evolução e transformação do meio social, econômico e ambiental. O principal interesse na discussão sobre o planejamento participativo relacionado ao desenvolvimento regional sustentável se justifica no surgimento de uma nova percepção, local e global, do futuro comum daquela região, considerando as questões institucionais econômicas e sociais, as questões de interesse territorial e as questões ambientais, sob esta ótica estão as ciências sociais, os aspectos da geografia humana, da reorganização do espaço regional e o equilíbrio para o uso sustentável do meio ambiente.

Esse novo modelo de desenvolvimento apresenta um planejamento holístico que passa a ser estruturado a partir dos agentes locais e não mais o planejamento centralizado. O planejamento regional e urbano, vem mostrando uma importante leitura teórica no que se refere as mudanças no processo de participação dos atores sociais no espaço de gestão. Diante do modelo de planejamento centralizado que trouxe desgastes práticos com as interpretações e análises dos resultados obtidos, surge o planejamento participativo que estrutura o desenvolvimento fundamentado por meio de um processo de organização social regional, onde um conjunto de stakeholders assume mais intensamente a condição de sujeito no direcionamento de ações estratégicas sustentáveis.

O novo paradigma de planejamento do desenvolvimento regional tem por base a ampliação do fundamento de decisões independentes por parte dos atores envolvidos, gerando a capacidade de harmonizar as sinergias locais com um plano de desenvolvimento que mantenha as raízes e identidade regional com a consciência de pertencimento aquele território comum, onde o conceito de espaço seja entendido como um meio constante de transformação.




Claudia Paschoal