UMA NOVA VISÃO DA POLÍTICA CULTURAL
Diante
das constantes mudanças e da globalização, parece ser cada vez mais importante
manter o vínculo com o passado, com os valores, com a identidade e herança
cultural, para ter consciência de seu verdadeiro significado dentro desse mundo
globalizado, encontrando o equilíbrio diante da vida moderna.
Essa
necessidade de se vivenciar algo diferente corrobora com a revitalização da
nossa cultura, rica em conhecimentos e símbolos. Ainda
é possível promover o resgate dos bens culturais, promovendo um reencontro com
a história, e trazendo para o presente às tradições da culinária, da dança, dos
costumes, das cerimônias, estabelecendo o envolvimento da comunidade na
revitalização do patrimônio.
Pensando em estabelecer princípios e diretrizes
comuns, dividir atribuições e responsabilidades que promovam a participação
social e a maior racionalidade, o Chefe de Gabinete, Délcio Sato, anunciou
durante o I Fórum de Políticas Públicas ocorrido em setembro, a II Conferência Municipal de Cultura.
A comunidade é a verdadeira responsável pelos valores culturais, a
cultura pertence à comunidade que produziu os bens que a compõem. Por isso, a
recuperação das tradições culturais, e a decisão diante da destinação do bem
cultural devem ter a participação da comunidade.
A
valorização de identidades culturais está na capacidade de estimular a memória
das pessoas que estão historicamente inseridas naquele meio, garantido a
memória cultural e favorecendo a qualidade de vida daquela comunidade.
Preservar a cultura é um desafio, bem como, manter preservada a diversidade
cultural é um atrativo, já que a cultura é um insumo turístico importante,
comenta Sato.
Foto: Adriane Ciluzzo
O turismo é uma forma de preservação do patrimônio cultural,
quando parte de um plano de revitalização, que funciona como um potente
instrumento contra a descaracterização da identidade cultural. Permitindo uma
aprendizagem de troca de conhecimentos e experiências, essas trocas podem
produzir ganhos para a comunidade receptiva.
A participação da
comunidade nos atos de proteção do patrimônio cultural ocorre pela participação
organizada nos conselhos de política
cultural e nos organismos que decidem os objetos material ou imaterial a
serem preservados. Acredito
que o Estado e a sociedade têm papéis complementares e podem atuar juntos em
benefício da cultura. Para atingir os seus objetivos, é necessário que a gestão
da cultura se organize, e o Sistema
Municipal de Cultura é o mecanismo para que garantirá a
efetividade e continuidade das políticas públicas, complementou Sato.
A Conferência de Cultura é mais uma conquista do I
Fórum de Políticas Públicas, demonstrando o quão importante é a discussão com a
comunidade sobre o futuro de nossa
cidade. A preservação do patrimônio contribui
para o desenvolvimento material, sem deixar de garantir o bem estar da
comunidade, atribuindo valor à continuidade das manifestações culturais.
O
que se busca é a valorização do patrimônio histórico-cultural. O patrimônio cultural pode ser um atrativo
turístico, valorizando ainda mais, as tradições culturais, desde que haja um
envolvimento da comunidade e do Poder Público, e o estabelecimento de Leis que
incentive a preservação, a revitalização e a utilização dos patrimônios de
Ubatuba. Através da inserção da
comunidade e da organização do sistema de cultura do município, é possível
evitar que as tradições culturais transformem-se em mero espetáculo. É necessário o envolvimento e o despertar da
consciência da comunidade como parte daquela cultura, e do estabelecimento de
ações que possibilitem esse processo. É fundamental discutir e planejar ações
que levem ao desenvolvimento sustentável da cultura local, o que ocorrerá
durante a Conferência de Cultura,
conclui Sato.
A
revitalização do patrimônio pode transformar a consciência de uma sociedade,
quanto a sua identificação dentro do espaço urbano, seu papel diante da aldeia
global, e levar ao desenvolvimento econômico equilibrado. A forma de proteção
do patrimônio cultural deve, entre outras coisas, passar pelo estabelecimento
de políticas públicas que incentivem a preservação da memória cultural. A
revitalização do patrimônio pode garantir a valorização da memória cultural,
aproveitando as múltiplas possibilidades das representações do passado, para o
desenvolvimento econômico sustentável da região, através da inserção da comunidade
e da vontade política do Poder Público.
Claudia
Paschoal
Ótimo. Quando serão as reuniões?
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