quarta-feira, 16 de novembro de 2011


UMA NOVA VISÃO DA POLÍTICA CULTURAL

Diante das constantes mudanças e da globalização, parece ser cada vez mais importante manter o vínculo com o passado, com os valores, com a identidade e herança cultural, para ter consciência de seu verdadeiro significado dentro desse mundo globalizado, encontrando o equilíbrio diante da vida moderna.

Essa necessidade de se vivenciar algo diferente corrobora com a revitalização da nossa cultura, rica em conhecimentos e símbolos. Ainda é possível promover o resgate dos bens culturais, promovendo um reencontro com a história, e trazendo para o presente às tradições da culinária, da dança, dos costumes, das cerimônias, estabelecendo o envolvimento da comunidade na revitalização do patrimônio.

Pensando em estabelecer princípios e diretrizes comuns, dividir atribuições e responsabilidades que promovam a participação social e a maior racionalidade, o Chefe de Gabinete, Délcio Sato, anunciou durante o I Fórum de Políticas Públicas ocorrido em setembro, a  II Conferência Municipal de Cultura.

A comunidade é a verdadeira responsável pelos valores culturais, a cultura pertence à comunidade que produziu os bens que a compõem. Por isso, a recuperação das tradições culturais, e a decisão diante da destinação do bem cultural devem ter a participação da comunidade.

A valorização de identidades culturais está na capacidade de estimular a memória das pessoas que estão historicamente inseridas naquele meio, garantido a memória cultural e favorecendo a qualidade de vida daquela comunidade. Preservar a cultura é um desafio, bem como, manter preservada a diversidade cultural é um atrativo, já que a cultura é um insumo turístico importante, comenta Sato.
Foto: Adriane Ciluzzo

O turismo é uma forma de preservação do patrimônio cultural, quando parte de um plano de revitalização, que funciona como um potente instrumento contra a descaracterização da identidade cultural. Permitindo uma aprendizagem de troca de conhecimentos e experiências, essas trocas podem produzir ganhos para a comunidade receptiva.

A participação da comunidade nos atos de proteção do patrimônio cultural ocorre pela participação organizada nos conselhos de política  cultural e nos organismos que decidem os objetos material ou imaterial a serem preservados. Acredito que o Estado e a sociedade têm papéis complementares e podem atuar juntos em benefício da cultura. Para atingir os seus objetivos, é necessário que a gestão da cultura se organize, e o Sistema Municipal de Cultura é o mecanismo para que garantirá a efetividade e continuidade das políticas públicas, complementou Sato.

A Conferência de Cultura é mais uma conquista do I Fórum de Políticas Públicas, demonstrando o quão importante é a discussão com a comunidade sobre o  futuro de nossa cidade.  A preservação do patrimônio contribui para o desenvolvimento material, sem deixar de garantir o bem estar da comunidade, atribuindo valor à continuidade das manifestações culturais.

O que se busca é a valorização do patrimônio histórico-cultural. O  patrimônio cultural pode ser um atrativo turístico, valorizando ainda mais, as tradições culturais, desde que haja um envolvimento da comunidade e do Poder Público, e o estabelecimento de Leis que incentive a preservação, a revitalização e a utilização dos patrimônios de Ubatuba.  Através da inserção da comunidade e da organização do sistema de cultura do município, é possível evitar que as tradições culturais transformem-se em mero espetáculo. É  necessário o envolvimento e o despertar da consciência da comunidade como parte daquela cultura, e do estabelecimento de ações que possibilitem esse processo. É fundamental discutir e planejar ações que levem ao desenvolvimento sustentável da cultura local, o que ocorrerá durante  a Conferência de Cultura, conclui Sato.

A revitalização do patrimônio pode transformar a consciência de uma sociedade, quanto a sua identificação dentro do espaço urbano, seu papel diante da aldeia global, e levar ao desenvolvimento econômico equilibrado. A forma de proteção do patrimônio cultural deve, entre outras coisas, passar pelo estabelecimento de políticas públicas que incentivem a preservação da memória cultural. A revitalização do patrimônio pode garantir a valorização da memória cultural, aproveitando as múltiplas possibilidades das representações do passado, para o desenvolvimento econômico sustentável da região, através da inserção da comunidade e da vontade política do Poder Público.


                                                                                              Claudia Paschoal




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