domingo, 15 de janeiro de 2012

A importância da gestão adequada dos Resíduos Sólidos



Pode-se mencionar três fases no desenvolvimento da gestão dos resíduos sólidos. Na primeira fase, prioriza-se a disposição dos resíduos, com a eliminação dos depósitos a céu aberto, etapa vencida em nossa cidade. A segunda fase caracteriza-se pela priorização da recuperação e reciclagem dos materiais que pode se dar através do estabelecimento de novas relações entre produtores, distribuidores e consumidores finais, visando garantir, ao menos, o reaproveitamento de parte dos resíduos. E na terceira e última etapa, concentra-se na redução dos resíduos, pensa-se em como não gerar lixo, antes de se pensar na reciclagem, pensa-se na reutilização dos materiais e na diminuição do volume.
Na gestão de resíduos sólidos, a sustentabilidade ambiental e social se constrói a partir de modelos e sistemas integrados que permitam a redução do lixo gerado, como a reutilização de materiais descartados e a reciclagem de materiais que possam servir de matéria prima para a indústria, diminuindo o desperdício e gerando renda.
Segundo João Paulo Rolim, Secretário Municipal de Arquitetura e Planejamento Urbano, o Município destina seus resíduos para um aterro no Vale do Paraíba, cuja operação de transferência destes resíduos dos caminhões coletores para as carretas transportadoras foi licenciada pela CETESB.
Para o Chefe de Gabinete, Délcio Sato: “A coleta seletiva de lixo, embora para alguns técnicos seja cara, é uma alternativa para a região do Litoral Norte, pois além de ser uma tarefa que contribui com a redução de utilização de recursos naturais através da reutilização dos recicláveis, diminui por certo a quantidade de resíduos exportada”.
É inegável que em todo o país, inúmeras famílias sobrevivem da coleta e venda de materiais recicláveis. Na região do Vale e Litoral Norte, não é diferente, ao menos em Ubatuba, no entanto, as cooperativas não são organizadas e nem legalmente estabelecidas, impedindo parcerias com as esferas governamentais. O ideal é que haja a coleta de material reciclável nas residências e não no aterro. Essa cadeia produtiva da reciclagem gera milhares de postos de trabalhos, melhorando a distribuição de renda e promovendo o desenvolvimento local, justificando o investimento público na infraestrutura de sistemas de coleta seletiva de resíduos. Uma alternativa é a parceria com o setor privado, bem como, a adoção de novas tecnologias apropriadas a realidade municipal.
Segundo Rolim, a coleta seletiva corrobora com a otimização da vida útil dos aterros sanitários, o que é de grande interesse para o Poder Público, por conta dos altos investimentos necessários para a implantação de novos aterros. No caso do Litoral Norte, a situação é ainda mais grave devido à legislação de proteção ambiental que dificulta a aquisição de áreas para novos aterros.
Diante da criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, e considerando que o destino do lixo é um problema comum as quatros cidades do Litoral, a criação de um pólo de reciclagem em parceria com o governo estadual pode ser estudado, com o propósito de elaborar um plano de desenvolvimento regional que busque parcerias com a iniciativa privada.
Todos temos responsabilidades sobre o gerenciamento de resíduos sólidos, sendo essencial a participação do Governo, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada, afirma Sato.
A importância das iniciativas da população com a separação domiciliar de resíduos sólidos é o primeiro passo para o sucesso de um programa de coleta seletiva, que depende do envolvimento da população, Além, é claro, da comunicação, educação ambiental, logística de coleta e sistema de escoamento dos materiais, complementa Sato.
Vale mencionar ações isoladas de escolas públicas e particulares que incentivam seus alunos a produzirem menos lixo, o consumo consciente, o reaproveitamento e a confecção de objetos com material reciclado. Embora isoladas, essas iniciativas podem contribuir para a adoção de gestão eficiente. Em Ubatuba, segundo João Paulo, este ano está prevista uma geração de 33 mil toneladas de resíduos domésticos, importando em um custo de mais de 6 milhões aos cofres do município.
                                                                                                                         Claudia Paschoal
                               

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