A venda de
sinalizadores é livre no Brasil. E item obrigatório para qualquer embarcação, trata-se
de um artefato de emergência. No entanto, é de alto risco e os fabricantes alertam
para os danos que podem causar. No Brasil, o produto tem que ser aprovado pelo Ministério
da Defesa.
Se houvesse
uma revista adequada dos torcedores, seja no Estádio Jesús Bermudez, em Oruro, na Bolívia,
ou nos estádios brasileiros, não estaríamos lamentando a morte do torcedor
Kevin Espada, de apenas 14 anos.
Éo momento de adotar medidas mais drásticas no controle da venda destes
artefatos?
A venda de
alguns medicamentos é controlada, com emissão de receita por um médico,
apresentação de documentos na hora da compra e seus dados ficam registrados
numa cópia da receita, detida na farmácia. A indústria farmacêutica tem a
responsabilidade de distribuir adequadamente seus produtos e as farmácias/
drogarias de comercializá-los, sendo penalizados, caso façam a venda sem
receita médica. Medicamentos podem provocar dependência ou causar danos a
saúde, quando ministrados erroneamente, sem receita médica, ou em doses elevadas.
Único prejudicado: o paciente.
Artefatos
como sinalizadores, são importados ou fabricados no Brasil e vendidos
livremente no comércio. Se o uso é obrigatório para embarcações, que devem
estar com seus registros atualizados e seus marinheiros habilitados, por que
não se utilizar das mesmas exigências que se tem para aquisição de
medicamentos?
Um único sinalizador provocou a morte de mais de 230 jovens
na Boate Kiss, em Santa Maria. O vendedor da loja, em que o representante da
banda adquiriu o produto, sabia que o uso seria inadequado, por que vendeu?
Porque não tem “responsabilidade” nenhuma sobre as conseqüências. Se houvesse uma obrigatoriedade de apresentação
de documentos por parte do comprador e de responsabilidade por parte das
empresas que vendem artefatos como sinalizadores, isto não teria ocorrido.
Quanto ao
caso do Corinthians, se os torcedores se deslocaram utilizando transporte aéreo
fica um importante questionamento e alerta: Como não foram detectados estes
sinalizadores? Lembrando que A Copa das
Confederações está a poucos meses de ser realizada. E no aeroporto boliviano, também
não houve fiscalização?
Segundo informações,
o uso de sinalizadores nos estádios bolivianos é proibido, mas a torcida do San
José também utilizava estes artefatos, cadê a fiscalização do estádio e a
punição para o time boliviano?
Esse fato,
assim como da Boate Kiss, pune parte dos envolvidos. Porque no caso
Corinthians, o San José deveria ser punido pelo que aconteceu dentro do seu estádio.
A policia local mostrou total ineficiência por deixar que as duas torcidas entrassem com
estes artefatos. Os aeroportos e seus órgãos de fiscalização, no Brasil e na
Bolívia, também foram incompetentes.
Quanto a
Boate Kiss, como os Bombeiros, a Prefeitura e os demais órgãos envolvidos admitiram
o funcionamento de uma boate num prédio que não atendia as exigências estabelecidas,
ou que freqüentemente, tinha um público maior que o permitido?
Quando se
faz uma compra no famoso crediário, em caso de atraso da parcela você recebe em
sua residência, um “lembrete”. Passado
mais um “X” número de dias, recebe uma
cobrança. Por que as prefeituras, Bombeiros e outros Órgãos não possuem um
sistema como este? Que emita um alerta para empresas e não havendo entrada de documentos para regularização, num período
estabelecido, que seja emitido um novo documento estabelecendo um prazo limite. Expirado o prazo, que seja emitido um alerta
para os órgãos competentes, para que os mesmos tomem as medidas cabíveis.
Fica a
pergunta: O que está faltando para que episódios como esses deixem de ocorrer?
Nenhum comentário:
Postar um comentário